Da Agência Brasil, em Brasília
O município tem cerca de 8 mil habitantes, segundo o censo de 2012 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Itamarati tem 116 alunos matriculados no nono ano do ensino fundamental. Segundo Priscila, a cidade vem mostrando uma evolução positiva nos números da aprendizagem desde 2005.
"Pelo lado do Todos pela Educação, a gente agora vai atrás desses municípios e das escolas que conseguem ter um resultado melhor para conseguir dar um pouco de pista, o que a gente pode fazer em termos de matemática", disse. "A gente tem que entender o que tem sido feito, as particularidades dessas escolas e o que pode ser aproveitado por outras escolas. Tem muitas lições que podem ser aprendidas", completou Priscila.
Segundo o balanço do TPE, a matemática foi a matéria que obteve o pior resultado na avaliação de defasagem no aprendizado. No terceiro ano do ensino médio, apenas 10,3% dos alunos brasileiros têm o conhecimento adequado de matemática. Em língua portuguesa, o desempenho foi um pouco melhor, com 29,2% dos estudantes mostrando aprendizagem satisfatória.
A mesma pesquisa feita entre os alunos do nono ano do ensino fundamental mostrou que 16,9% tiveram ensino adequado em matemática, contra 27% em língua portuguesa.
Novo currículo
Para Priscila, além de melhorar o ensino dessa disciplina, o país precisa de um currículo nacional para orientar os professores. "Não ter um currículo nacional é um tremendo impeditivo de melhoria [do ensino], porque se eu quero ter várias políticas que se articulam em torno da aprendizagem, eu tenho que saber qual é a aprendizagem que eu espero", disse.Na opinião da diretora executiva do movimento, falta uma padronização no que é exigido dos professores de todo o país e isso se reflete nos resultados negativos do relatório De Olho nas Metas. "É quase que um jogo assim: eu vou fazer a avaliação, mas eu não vou te contar o que você tem que ensinar. Isso não é transparente, isso não é justo nem com os professores, nem com quem trabalha de forma séria com a educação"
Luis Carlos de Menezes, consultor da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e professor do Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), acredita que o problema está no formato de aulas usado pelas instituições de ensino. "Os alunos ficam sentadinhos ouvindo o professor. Esse conceito de aula tem que acabar. Ou o jovem é protagonista do aprendizado dele ou não vai aprender", declarou.
"Um bom modelo de aula é o da educação infantil. Você consegue imaginar um monte de crianças perfiladas com a professora discursando para eles? De jeito nenhum. Essa criança é o mesmo jovem do ensino médio. Ele [adolescente] precisa interagir, escrever, calcular e não ouvir dizer. Se nós não mudarmos a escola, esse números continuarão trágicos. A escola está equivocada", avalia o educador.
Outro problema apresentado por Menezes foi a inexistência de uma carreira para os professores. Ele argumenta que o professor que entra na profissão só tem como perspectivas terminar o exercício do magistério, ou seja, tornar-se velho. "Isso é lamentável, é melancólico", disse.
Fundado em 2006, o Todos pela Educação é um movimento da sociedade civil brasileira que tem a missão de contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, o país assegure a todas as crianças e jovens o direito à educação básica de qualidade.
fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/06/escolas-modelo-poderao-ser-usadas-para-melhorar-ensino-de-matematica.htm
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