Do Porvir*
Enquanto escolas pelo mundo debatem a importância de redesenhar seus
espaços, os professores, em sua rotina diária, fazem o quanto podem para
darem uma aula do século 21 em um espaço do século 18. Uma pesquisa
publicada no jornal Building and Environment vem somar urgência a esse
debate ao confirmar, pela primeira vez, que a forma como a sala de aula é
desenhada, de fato, impacta no desenvolvimento do aluno. E não é pouco:
ao longo do ano letivo, o progresso do estudante pode ser 25% maior ou
menor, a depender de seu espaço de aprendizagem.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Salford, em Manchester, e arquitetos do escritório Nightingale Associates, foi feito ao longo do ano letivo 2011-2012 (as aulas no hemisfério norte começam no segundo semestre) em 34 salas de aula britânicas. Ele foi dividido em duas linhas de pesquisa. A primeira coletou dados básicos de 751 alunos, como idade, série e desempenho em matemática, leitura e escrita. O segundo grupo avaliou cada sala de aula de um ponto de vista global, dando nota de 1 a 5 em 10 parâmetros: luz, som, temperatura, qualidade do ar, escolha, flexibilidade, conexão, complexidade, cor e textura.
Cada um desses parâmetros foi subdividido em alguns fatores. Luz, por exemplo, incluía tanto a quantidade de luz natural que entra na sala quanto a habilidade do professor em controlar o nível de iluminação; flexibilidade levou em consideração o quão bem determinada sala de aula conseguia acomodar as crianças sem amontoá-las, além de avaliar também se a mobília poderia ser rearranjada facilmente para atividades e abordagens pedagógicas diferentes. Já o quesito escolha tem a ver com a qualidade dos móveis na sala e a possibilidade que eles têm de oferecer mesas e cadeiras "interessantes" e ergométricas para os alunos. Complexidade e cor estão relacionadas com prover vários tipos de estímulos visuais aos estudantes na sala de aula.
Depois de um ano de análises, os pesquisadores descobriram que seis dos parâmetros de design –cor, escolha, conexão, complexidade, conexão e luz – tiveram efeitos significantes nas notas que os alunos tiveram. Os resultados mostram também que 73% da variação no desempenho dos alunos pode ser explicada pela variação de algum dos parâmetros analisados no estudo. O professor Peter Barrett, principal autor do estudo, ressaltou à University of Salford o ineditismo dos resultados. "Há muito tempo se sabe que vários aspectos físicos impactam as pessoas, mas esta é a primeira vez que uma avaliação holística relaciona, com sucesso, o impacto geral às taxas de aprendizagem nas escolas. O impacto identificado é, de fato, maior do que imaginávamos."
Caroline Paradise, do Nightingale Associates, se diz animada com os resultados. "Estamos empolgados com essas conclusões. Isso vai ajudar designers e educadores a endereçarem melhor seus investimentos em espaços de aprendizagem". Com o sucesso do primeiro ano do estudo, os pesquisadores angariaram fundos para continuar as análises ao longo dos próximos 18 meses. Mais 20 escolas no Reino Unido serão incluídas no escopo.
(*Com informações da Fast Company e da University of Salford)
Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/01/24/design-da-classe-afeta-em-25-o-desempenho-do-aluno-diz-pesquisa.htm
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Salford, em Manchester, e arquitetos do escritório Nightingale Associates, foi feito ao longo do ano letivo 2011-2012 (as aulas no hemisfério norte começam no segundo semestre) em 34 salas de aula britânicas. Ele foi dividido em duas linhas de pesquisa. A primeira coletou dados básicos de 751 alunos, como idade, série e desempenho em matemática, leitura e escrita. O segundo grupo avaliou cada sala de aula de um ponto de vista global, dando nota de 1 a 5 em 10 parâmetros: luz, som, temperatura, qualidade do ar, escolha, flexibilidade, conexão, complexidade, cor e textura.
Cada um desses parâmetros foi subdividido em alguns fatores. Luz, por exemplo, incluía tanto a quantidade de luz natural que entra na sala quanto a habilidade do professor em controlar o nível de iluminação; flexibilidade levou em consideração o quão bem determinada sala de aula conseguia acomodar as crianças sem amontoá-las, além de avaliar também se a mobília poderia ser rearranjada facilmente para atividades e abordagens pedagógicas diferentes. Já o quesito escolha tem a ver com a qualidade dos móveis na sala e a possibilidade que eles têm de oferecer mesas e cadeiras "interessantes" e ergométricas para os alunos. Complexidade e cor estão relacionadas com prover vários tipos de estímulos visuais aos estudantes na sala de aula.
Depois de um ano de análises, os pesquisadores descobriram que seis dos parâmetros de design –cor, escolha, conexão, complexidade, conexão e luz – tiveram efeitos significantes nas notas que os alunos tiveram. Os resultados mostram também que 73% da variação no desempenho dos alunos pode ser explicada pela variação de algum dos parâmetros analisados no estudo. O professor Peter Barrett, principal autor do estudo, ressaltou à University of Salford o ineditismo dos resultados. "Há muito tempo se sabe que vários aspectos físicos impactam as pessoas, mas esta é a primeira vez que uma avaliação holística relaciona, com sucesso, o impacto geral às taxas de aprendizagem nas escolas. O impacto identificado é, de fato, maior do que imaginávamos."
Caroline Paradise, do Nightingale Associates, se diz animada com os resultados. "Estamos empolgados com essas conclusões. Isso vai ajudar designers e educadores a endereçarem melhor seus investimentos em espaços de aprendizagem". Com o sucesso do primeiro ano do estudo, os pesquisadores angariaram fundos para continuar as análises ao longo dos próximos 18 meses. Mais 20 escolas no Reino Unido serão incluídas no escopo.
(*Com informações da Fast Company e da University of Salford)
Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/01/24/design-da-classe-afeta-em-25-o-desempenho-do-aluno-diz-pesquisa.htm
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